quinta-feira, 29 de abril de 2010

INCLUSÃO

      Ações pautadas nos direitos humanos são propostas que respeitam as diferenças e promovem equidade a todas as pessoas independentemente de condições e diferenças. Compreender o intuito de documentos como, a Lei de Acessibilidade - 10.098(2000) que garante ao indivíduo estar nos espaços de maneira equânime ou a Carta para o terceiro milênio (1999), que convida a humanidade a entrar em ação na tentativa de eliminar barreiras, inclusive atitudinais e a Declaração de Salamanca (1994) que tem como meta a inclusão social, é reconhecer a necessidade de novas posturas e compreensões.
     A educação inclusiva vem sendo inserida nas culturas mundiais a fim de resgatar a humanização e nessa perspectiva, a legislação educacional vigente - Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96, cuja máxima é educação para todos e especificamente no capitulo V que explica e sugere a inclusão de alunos com necessidades especiais preferencialmente no ensino regular e considerando políticas internacionais que comungam do desejo de minimizar ações excludentes, (substrato eficaz no sustento de preconceitos justificando desigualdades), tem sido elementos norteadores para as novas práticas na educação bem como em outros segmentos sociais.
Sendo assim, a sociedade vivencia mudanças significativas no que tange as interações com as pessoas diferentes.
       Entender a inclusão da pessoa surda equivale pensar em comunicação como fator imprescindível para expressão do pensamento, percepção e interação com o universo que cerca a todos, e, portanto, questão primordial para que tal inclusão aconteça.
       De acordo com o decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005, a pessoa surda tem direito a um intérprete em todos os segmentos sociais bem como um atendimento que contemple sua condição considerando o fator língua, no entanto, existem muitas dúvidas que envolvem a inclusão de surdos e a Libras – Língua Brasileira de Sinais.
Profissionais de várias áreas de atuação não se sentem preparados para desenvolver um trabalho que atenda a pessoas com surdez. Por compartilhar do desejo de igualdade de oportunidades e atentando para a necessidade da difusão da Língua Brasileira de Sinais e todo seu entorno, o I Fórum Regional de Libras (2009) a partir das presenças de coordenadores, profissionais da educação, educação especial, instrutor, intérprete, alunos do curso de Extensão em Libras, alunos do curso de Pedagogia e demais convidados envolvidos com a inclusão de surdos, abordou o tema: “Libras e a Inclusão de Surdos”, nos aspectos legais, sociais e culturais.
      Além de atingir o mencionado propósito, o evento proporcionou uma mostra de que a inclusão de pessoas surdas é possível.
Uma vez que, o direito dos surdos presentes em receber informações em sua língua materna foi legitimado.
     Essa legitimidade só foi possível porque os ideais de igualdade, desejados por todos e postulados nas leis, encontraram suporte no conhecimento advindo da pesquisa, da observação e de estudo próprio do espaço acadêmico que transforma barreiras em rampas, promovendo acessibilidade.

Professora Maria Cristina da Silva Domingos

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